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Somos um!

  • sulissidhe
  • 17 de mai. de 2015
  • 3 min de leitura

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Estava ajudando a servir mesas no restaurante de uma boa senhora, do tipo mãezona.

Muitas pessoas iam fazer a refeição naquele ambiente simples, mas acolhedor. Eram mesas do tipo de refeitório enfileiradas.

Não era muito o valor cobrado por cada refeição e havia um detalhe, um ponto fraco da nossa querida cozinheira. Se alguém elogiava a comida, ela não cobrava.

Algumas pessoas sabiam disso e presenciava constantemente esse acontecimento. A pessoa elogiava a comida e a boa senhora dava de cortesia a refeição.

Num determinado dia duas mulheres se sentaram à mesa e comeram sua refeição com fartura. Vi a cena de uma cutucar a outra e então uma delas falou em alto e bom tom “Que delícia de comida, a senhora está de parabéns, isso é uma maravilha!”. Logo em seguida e boa senhora lhe concedeu a cortesia da refeição. Como que uma doença contagiosa, todos começaram a elogiar a comida e em consequência nossa boa senhora não agiu diferente, deu a refeição a todos. Fiquei muito transtornada em assistir este espetáculo e logo uma das outras ajudantes me falou que o restaurante iria fechar por ter ido à falência.

Nesse momento vi as duas mulheres saindo do restaurante. Perguntei a elas se a comida estava mesmo tão boa e elas olharam para mim, nada falaram, abaixaram a cabeça e saíram.

Havia muito que a comida servida não era lá estas coisas, afinal com as finanças não indo tão bem, nossa boa senhora não podia caprichar tanto nos temperos e a comida ficava um tanto insossa.

O restaurante realmente fechou e as pessoas não mais comiam lá, tudo se perdeu graças à ambição de seus clientes.

Fiquei muito transtornada com essa experiência, vendo a atitude do ser humano para com outro.

Andando pelas ruas e pela vida, vinham para mim às noticias da guerra, das chacinas, dos abusos, da intolerância, da fome, da dor, da devastação, das extinções, do desmatamento, da poluição do planeta e muito, mas muito mais comportamentos advindos desse ser chamado de humano.

Questionei ao criador se não era o momento de exterminar esse ser que era na verdade uma erva daninha, um parasita!

A resposta foi e é para mim algo que passarei a vida inteira tentando entender.

Tudo está certo! Tudo está no lugar certo. Até mesmo as abominações. O ser humano nunca evoluiria se não fossem as adversidades que ele é levado a experienciar. Sempre nos confrontaremos com situações aterradoras e é assim mesmo, é assim que tem que ser. Nada, nenhuma folha cai sem o meu consentimento, isso quer dizer que nada acontece sem o meu aval, sem a minha consciência.

Chorei, me deprimi, desisti de tudo por um longo tempo.

Olhava para os lados e dizia “Como assim? Temos que terminar com tudo isso, não pode ser certo tudo o que acontece!”.

Vi crianças desnutridas, doentes, com paralisia, deficientes e pensei “Deveríamos tratar de todas, cuidar de todas! Exterminar tudo e todos que fizessem o mal e cuidar das crianças. Quando elas crescessem veríamos quantas delas iriam se debruçando aos comportamentos do mal e então exterminaríamos as que assim se comportassem!”.

Mais uma vez a voz do criador se revelou dizendo que o mundo e seus habitantes estavam caminhando exatamente para o lugar que Ele havia determinado e que eu deveria olhar para tudo o que tem de belo que nele também se revelava. As desumanidades fazem parte do processo, sem isso não nos elevaríamos como espírito. O processo evolutivo estava em todos os detalhes.

Não digo que me conformei que olharei para tudo com indiferença, mas meu coração encontrou uma certa paz. Viverei de maneira consciente e farei minha parte. Me movimentarei conforme meus anseios e instintos e farei parte desse tal processo evolutivo, afinal também sou um ser humano, não estou à parte de tudo de ruim ou bom que meus irmãos fazem. Sou eles e eles estão em mim. Somos um!

 
 
 

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Sulis é uma deusa celta cujo seus símbolos são o mar, as plantas, o sol e as fontes e Sidhe é um povo remanescentes dos Tuatha Dé Danann.


Está claro o uso do  pseudônimo que reflete uma personalidade não muito distante da real agregando liberdade e poderes advindos da força deste nome.

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